terça-feira, 24 de novembro de 2015

Retiro(-me)



O teatro trouxe-me muita coisa fantástica. Uma delas é a meditação.

Há 16 anos que faço meditações com regularidade. A par disso, sou uma pessoa ligada à parte espiritual que dizem existir. Sou curiosa e muito interessada em saber sempre mais.

A meditação é, para mim, uma das melhores formas de conseguirmos encontrar equilíbrio connosco. De conhecer os cantinhos mais escondidos que temos.

O teatro trouxe-me também a yoga, embora tenha parado de fazer a saudação ao sol quando saí dos palcos e dos espectáculos de rua. Trouxe igualmente a cor e a calmia.

Foi-me lançada uma proposta há um par de semanas: fazer parte de um retiro não só como participante, mas também como pessoa activa e integrante no grupo de trabalhadores. A mim cabe a parte de falar sobre a auto estima, o impacto negativo que nos nasce quando esta está em saldo negativo e ainda sobre a motivação. Tenho também o papel essencial de divulgar o evento que se adivinha ser fantástico, acompanhado por comida vegetariana, conversas e regado com muito chá.

Aceitei. Será a primeira vez que falarei sobre algo tão difícil de conquistar a que chamamos de amor próprio.

Estou encaixada no meio de duas meditações e um almoço.
É em Janeiro, no último fim de semana. Perto de Sintra.

domingo, 22 de novembro de 2015

Porquê escritora?


Já quis ser arqueóloga. Era apaixonada pelos dinossauros. Desisti quando me disseram que era preciso saber de muita história e ciência.
Sempre tive queda para outro tipo de história. Aquela que nos faz imaginar, sonhar e sentir de forma diferente.
Por isso, rapidamente arrumei a arqueologia na gaveta e de lá tirei a escrita.
Vivo num país onde o apoio à cultura é demasiado reduzido. Em alguns casos chega mesmo a ser inexistente. Já lá vai o tempo em que escrever era uma arte grande. Hoje é corriqueiro e nem sequer se ousa chamar escritor aos profissionais da escrita. São autores ou cronistas ou ensaístas.
Eu cá digo, muito orgulhosa por sinal, que sou mesmo é escritora. Porque é isso que faço: escrever. E é também isso que quero continuar a fazer até que os meus dedos e imaginação dancem.
Confesso que me lembro de escrever para ninguém ler. Escrever para que eu conseguisse guardar as memórias. Escrever com medo que um dia me possa esquecer de tudo. É essa a razão principal pela qual escrevo: não me esquecer e guardar tudo para conseguir andar para trás. É a minha máquina do tempo.
Aos poucos, e depois de receber incentivos de amigos e familiares, as minhas palavras começaram a ser partilhadas publicamente. E com isto, aos 16 anos vi o meu primeiro boom na escrita. Na altura em que as redes sociais estavam muito aquém de ser o que são hoje. Fui convidada para respresentar a área de literatura numa feira de artes. Fui a única a conseguir vender tudo. Mais houvesse e mais venderia.
Serviu isso de impulso para que não mais parasse de divulgar o que faço com as palavras.
Tentei, por várias vezes, editar um livro. O primeiro. Por quase todas foi rejeitado e pelas restantes davam-me valores exorbitantes para a edição. É muito difícil assumir a escrita como profissão. É até quase impossível.
Felizmente, com o apoio de muitos, consegui lançar o meu primeiro livro a dia 7 de Dezembro de 2014, o Murmúrio Infinito. No dia mundial do teatro - 27 de Março - deste ano (2015) comecei a colaborar como cronista na plataforma Maria Capaz e com isto a minha vida tanto literária como pessoal não mais voltou a ser a mesma.
De modo a (tentar) centrar tudo no mesmo, convergindo para a escrita e mais uma vez depois de incentivo de amigos, nasce o presente blog. Missangas. Todos temos missangas com que vamos construindo as memórias.
Será este um blog feito de memórias também.
Escrever é viver e fazer viver. É imaginar e fazer sentir. É impulsionar as emoções. É liberdade. É vida, a minha vida.
E por isso, se me voltarem a perguntar porque razão escrevo, será tão simples a resposta...
Escrevo porque vivo.

Que comece...

Missangas. É este o nome.
Faremos fios, pulseiras e adornos com as emoções de cada um que partilhar emoções.
Missangas da lua, do mar e do arco-íris.
Aqui escrevem-se asneiras, não se celebra o Natal nem se fala sobre futebol. Não é um blog de sexo mas há fodas pelo caminho. Não é um babyblog mas escreve-se sobre filhos.
Aqui não há censura mas não são permitidos comentários ofensivos. Aqui ri-se, chora-se e cada um cria o seu adorno com as missangas que tem.
Sofia Fonseca Costa. Nascida em 1984. Sagitariana. Mãe de três filhos, quatro gatos e muitas palavras separadas por espaços, pontuação e suspiros.
A cor favorita é o laranja. A bebida é chá. E a comida é a chinesa. Escrevo desde que me lembro. Quer continuar a escrever até conseguir ter lembranças, emoções e cócegas na ponta dos dedos. Sou escritora na Chiado Editora e cronista na plataforma Maria Capaz. Chamam-me Sofes Marie.